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Fundação Cultural

23/10/2020 - Cultura LGBT+ é declarada Patrimônio Imaterial Cultural de Uberaba

A Cultura LGBT+ agora é Patrimônio Imaterial Cultural de Uberaba. O decreto foi publicado no Porta-Voz do Município na última quarta-feira (21) e assinado pelo prefeito Paulo Piau e o presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Marcelos Palis. A publicação destaca que as manifestações culturais dessa comunidade são uma forma de pertencimento social, além de se traduzirem em lutas por resistência e existência.

O registro é de responsabilidade da Seção Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Sempac), organizado pela historiadora Maria Aparecida Manzan, a cientista social Lucimira Reis e a chefe de Departamento de Fomento à Cultura e Patrimônio Histórico da FCU, Maria Thereza Oliveira.

Em Uberaba, essa cultura está presente em diversas manifestações do movimento LGBT+. O decreto cita a Parada de Orgulho LGBT+ da cidade, que envolve cerca de 20 mil pessoas anualmente e acontece desde 1989; o Bloco da Maria Giriza, que desfila há 31 anos no carnaval uberabense e é ocupado pelas diversas identidades sexuais; o concurso Miss e Mister LGBT+; e a presença das drag queens em Uberaba desde a década de 1950, consideradas “personas carregadas de signos políticos e culturais”. 

De acordo com a idealizadora do projeto, a cientista social Lucimira Reis, o decreto é um marco para a cidade. “Faz com que sejamos inseridos socialmente com toda a nossa história antropológica e abre portas para que isso seja feito em outros lugares de Minas Gerais e do Brasil. A cultura LGBT+ já faz parte do imaginário popular e está imersa tanto na linguagem quanto nas expressões artísticas e políticas. Cultura para o LGBT+ também é resistência”.

Para o coordenador de Políticas Públicas LGBT da Fundação Cultural, Wellington Donizete, o decreto traz um destaque a mais para Uberaba. “Poucas cidades do Brasil têm a cultura LGBT+ reconhecida dessa forma”.

O dossiê que registra o histórico desse patrimônio imaterial será encaminhado em novembro para o Instituto Estadual de Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha/MG). O registro, assim como demais trabalhos de salvaguarda e tombamento realizados pelo Sempac, faz com que o percentual do ICMS Cultural de Uberaba cresça. Essa avaliação, feita pelo Iepha, é revertida em recursos para a cidade.

 

Diandra Tomaz
Estagiária de Jornalismo – FCU

 
 
 

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