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Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Seds) sobre moradores em situação de rua em Uberaba entrevistou 208 pessoas, sendo 181 morando na cidade e 27 migrantes e itinerantes. A pesquisa, feita entre os dias 2 e 12 deste mês, buscou mapear o perfil desta população para garantir a qualidade e continuidade dos serviços orientados através do diagnóstico dos principais espaços ocupados pelo grupo e pelas condições de ocupação.
As equipes da Abordagem Social, do Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop) e da Seção de Apoio às ONGs elaboraram questionário para analisar as informações das pessoas residentes em Uberaba, como idade, sexo, autodeclaração de cor, cidade-natal, estado civil, acesso aos programas do governo federal, composição familiar, posse de documentos, condições de saúde, grau de formação, experiência profissional, trajetória, causas da vivência de rua, abuso de álcool e outras drogas, lugares que costuma ocupar na cidade, e o histórico de acesso aos serviços do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
O secretário de Desenvolvimento Social, Marco Túlio Cury, destaca a importância do levantamento para direcionar os trabalhos da Secretaria. “Uma das principais causas identificadas é o rompimento de vínculos familiares, que é um dos nossos focos no trabalho: reatar e fortalecer os vínculos, ou ir para uma instituição, onde receberão atendimento adequado e digno. Sabendo os pontos e número de pessoas, com certeza nosso trabalho será bem mais eficaz”, ressalta Cury.
A Pesquisa - Entre as 181 entrevistados, 84,53% se identificam como do sexo masculino; 11,60% como do sexo feminino; e 3,87% como transexuais. Do total, 12,15% tem entre 18 e 24 anos; 56,91%, entre 25 e 44 anos; 23,20% possuem de 45 a 60 anos; e 6,63% ultrapassaram os 60 anos. Sobre o período em que se encontram em vivência de rua: 20,99% afirma não maior que 6 meses; 17,13% está em condição de rua entre 6 meses e 2 anos; a mesma quantidade (17,13%) afirma viver na/da rua entre 2 a 5 anos; 9,94% aponta para entre 5 e 10 anos; e outros 14,9% alega mais de 5 anos em vivência de rua; enquanto 19,89% não informou. Sobre os motivos que as levaram à situação de rua: 69,06% afirmaram o rompimento de vínculos familiares; 50,83% relacionaram o fato à dependência química; e 70,72% sugeriram o abuso do álcool. Os entrevistados podiam escolher mais de uma situação neste caso. O relatório destaca que não foi possível contatar todas as pessoas em situação de rua, porque muitas, já atendidas pela assistência social, não foram encontradas no período da pesquisa.
Jorn. Clarice Sousa
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