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Fundação Cultural

01/03/2016 - Paulo Miranda mostra história de Uberaba em “Escavações parietais”

Será aberta nesta terça-feira, 1º de março, a partir das 8h30, a exposição “Escavações parietais”, sobre desenhos do artista Paulo Miranda. A exposição integra as comemorações do aniversário “Uberaba 196 anos, daqui pra melhor”, organizadas pela Fundação Cultural.

“Escavações parietais” estará aberta à visitação na Casa da Cultura – Fundação Cultural, das 8h às 18h, do dia 1º a 31 de março.

Nas palavras de Jorge Alberto Nabut, “o artista estende sobre a linha do horizonte o plano dos Chapadões (do Zagaia e do Bugre), do sertão onde atua: o da Farinha Podre, a imensa e frutiticada região do Triângulo Mineiro. Esse alinhamento constante do chapadão – abismo horizontal – pode sugerir ponto de equilíbrio ou insurgir um plano de fuga. Entre um e outro o criador se detém a examinar as condições/as decisões”.

Aquém da vasta perspectiva, há uma paisagem intimista no recôndito daquilo que o artista teima em escavar na sutileza do reboco das muradas ancestrais e das paredes do casario caiado, calado; figurações pertinentes à sua herança cultural.

“Miranda parece brincar com coisa séria: o prazer sádico de cavucar as paredes da memória, tocar as cascas das feridas. Há momentos em que algum formato começa a se delinear, ao se deformar os imensos panos outrora brancos das edificações, deixando no ar (no cartão) uma ameaça antropomorfa/amorfa”, destaca Nabut.

A tessitura das escavações parietais sofre ação da umidade que desequilibra a densidade da argamassa, da dança virulenta da poeira em busca de acento sob efeito alcoolizado das ventanias de agosto, da secura dos sóis açoitados de setembro. As trincas se põem a desenhar rotas/roteiros e a mapear andanças sobre o corpo das casas, da musculatura dos muros, do casulo das pedras vivas. Na química das horas, os pensamentos acompanham estas decisões avassaladoras, que o pincel registra com sua tarimba de repórter.

Nada impede que as escavações continuem, sob/sobre o horizonte de cheias e minguantes.

As regalias dadas à memória fazem com que as camadas de tinta/de tempo se descolem e um fragmento de decomposição assinala uma descoberta, uma composição.

Está em jogo a precariedade dos registros ulteriores. Na carência deles, o artista se distancia na medida em que o tempo age por ele, em nome dele.

Ele se põe a espiar/a expectar a mutação das coisas, das cores (semicores), do curso do tempo sobre a memória em fragmentos.

Na “cinza das horas” o tempo exerce uma ação ácida que atua sobre estes enquadramentos. Serão recortes de tempo os enquadramentos acinzentados/acidentais feitos pelo artista? Sob a paisagem plana, o criador inventa um plano sobre papéis.

Uberaba – Para comemorar os 196 anos de Uberaba, a Fundação programou além da exposição “Escavações Parietais”, o descerramento das placas das Sete Maravilhas de Uberaba, as exposições “Periódicos Culturais de Uberaba”, e Mostra de Livros de Literatura de Autores Uberabenses. As mostras podem ser vistas de segunda a sexta, de 8h às 21, e aos sábados, de 8h às 17h, na biblioteca. As três exposições acontecem de 1º a 31 de março.

No dia 2, quando se comemora os 196 da emancipação de Uberaba, a partir das 11h, na Concha Acústica, a Fundação promove programação multicultural, com a presença das manifestações culturais, apresentação da Orquestra de Viola, teatro e apresentações de cerca de 30 artistas uberabenses e ações de esporte e saúde. A promoção é da Prefeitura de Uberaba, por meio da Fundação Cultural, em parceria com as secretarias de Educação (Semed), Saúde e Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Funel).

Maria das Graças Salvador

Comunicação PMU/FCU

 
 
 

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